2008-01-29

Caramulo

Mês e meio depois, consegui finalmente dedicar algum tempo à escrita. As saudades da mota que sinto aqui na Escócia também ajudaram!


Data: 15 de Dezembro
Percurso: Condeixa - Carregal do Sal - Caramulo - Condeixa
Distância: aprox. 280km


Sábado, 15 de Dezembro de 2007. Acordei cedo com vontade de aproveitar o dia que se adivinhava solarengo. Levantei-me, olhei para o termómetro - temperatura no exterior: 6ºC... "não é bom... mas não deve haver gelo na estrada, por isso também não é mau!"

Comecei a vestir o equipamento para o frio que tinha comprado e testado nos dias anteriores: calças com forro, luvas bem grossas e quentinhas e no tronco - t-shirt + sweat-shirt + polar + casaco de cabedal + casaco de protecção em gore-tex. "Se isto não for o suficiente, não sei o que será!"

Ao pegar no saco para colocar sobre o tanque apercebi-me que estava prestes a realizar um sonho antigo, resultante da conjunção das minhas duas grandes paixões: motas e fotografia! A mota, já a tinha desde Fevereiro, a máquina... tinha chegado pelo correio 2 dias antes :) Estamos a falar da Sony Alpha 700 (http://www.sony.pt/view/ShowHubPage.action?site=odw_pt_PT&hubpage=1198162912072)

O resultado é simples: o prazer da fotografia aliado à liberdade de andar de mota. A partir de agora podia parar em qualquer berma de estrada e tirar as fotos que apresento em seguida:


Escolhi o trajecto obedecendo a uma regra simples: "não haver regras". Sabia que o dia curto de inverno me deixaria fazer cerca de 300kms antes que a noite e o frio ditassem o fim da viagem. Sabia que me faltava conhecer a zona interior centro-norte do país. Uma reportagem na televisão há cerca de um ano atrás fermentou em mim um interesse por Penedono, foi o suficiente para rumar naquela direcção.


Ao parar uns minutos no IP3 tirei a fotografia acima. Uns minutos depois, ao passar numa ponte por cima do Mondego, olhei para o termómetro que tinha do saco do depósito. O termómetro parecia tremer de frio ao indicar 2ºC. A estrada que eu estava a percorrer encontrava-se do lado poente do monte, logo à sombra. À minha volta tudo estava branco da geada, parecia que tinha nevado. Infelizmente, a ausência de berma naquela zona da estrada não me permitiu parar para tirar umas fotos :(

Poucos minutos depois passei na zona da Aguieira. A regra da não regra permitiu-me sair da estrada principal para ir visitar a barragem.


"Continuemos que se faz tarde!"
A saída para o IC12 aproximou-se e com ela um anúncio dos Dolmens que sempre quis ver.
Saí em Carregal do Sal, dei umas voltas à procura das placas indicativas que tinha visto no IC12 mas que agora desapareceram miraculosamente, 'bora a perguntar a quem sabe, ok, já sei, é para ali, não há que enganar, sempre em frente!
Primeiro, Oliveira do Conde:




Depois: Dolmens! :)






Enquanto tirei a foto apoiado naquela estrutura isostática pensei: "esta orca é pequena! Tem que haver por aqui qualquer coisa maior, penso eu de que...!"

...E há! Aqui está ela:


Aqui pode-se ver o meu "beículo"


A hora do almoço chegou cedo, olhei para o mapa e pensei: "Penedono, pá, desculpa lá mas fica para a próxima!"
Alterei o meu trajecto, rumei antes ao Caramulo. Assim podia também ver o vale do Dão.


Eram nada mais nada menos que Meio Dia e Cinquenta e Quatro Minutos quando tirei a seguinte fotografia! O branco que se vê sobre a vegetação poderia à partida ser confundido com as cinzas vindas de Souselas, mas não! Era sim geada, o que quer dizer que o dia não foi dos mais quentes do ano.


Pouco depois passei sobre o Dão, encontrei as termas de Sangemil e uma praia fluvial que hei-de visitar num dia de Verão. Fica na estrada entre Beijós e Lajeosa.

As duas fotos a seguir devem ser do Rio Pavia.




Algures perto de Tondela e a caminho do Caramulo, passei por uma praça calma, não se ouvia nada para além da água na fonte. Não consigo encontrar o nome do local...

Tendo chegado ao Caramulo, no cimo do monte, decidi ir visitar o Cabeço da Neve, porque me parecia ser o local com melhores vistas. Ao começar a subir os degraus da longa subida até ao cabeço não me admirei de ver gelo no chão.

As seguintas fotos foram tiradas na subida e lá em cima.











O fim do dia aproximava-se, a partir daqui apenas me esperava a descida para o outro lado do monte e rumo a casa.

Mês e meio depois, longe de Portugal, é quando sabe bem rever as fotos e sonhar com a próxima volta. Talvez na Primavera, com menos frio e depois de fermentar o desejo de uma nova aventura em duas rodas.
Agora, é tempo para outras aventuras...